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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Estadão celebra 137 anos com acervo digitalizado

JOSÉ MARIA MAYRINK - Agência Estado

Fundado em 4 de janeiro de 1875 com o nome de A Província de São Paulo, o jornal O Estado de S. Paulo, que passou a se chamar assim em 1890, após a proclamação da República, está digitalizando a sua história ao completar 137 anos de existência. A partir deste ano, o público terá acesso a todas as páginas do diário, mais de 2,4 milhões, pelo computador. O lançamento ocorrerá no primeiro semestre, em data a ser brevemente anunciada.

"Vamos colocar toda a coleção do Estado, desde a primeira edição de A Província de São Paulo, à disposição do público, com todo o conteúdo do jornal, tudo digitalizado", informa o diretor de Projetos Digitais, João Cabral. Ele e o gerente Paulo Silvestre coordenam uma equipe de 50 funcionários que trabalham desde fevereiro do ano passado na digitalização de todo o material publicado.

Foi um trabalho que, como observa o diretor de Conteúdo, Ricardo Gandour, demandou tempo compatível com o porte do arquivo. "É fascinante o Estado escrever a sua história, pois ele tem uma das mais longevas trajetórias jornalísticas do mundo", acrescenta. "É como se o Estadão estivesse dando um furo na rede, tuitando com a Revolução, quando um pesquisador recorresse às páginas digitais para conferir a luta dos paulistas contra Getúlio Vargas em 1932." Para Gandour, "o uso desse acervo é um serviço à sociedade e ao País".

"Não há nenhum outro grupo de mídia brasileiro que tenha 137 anos de informação, são 137 de história do Brasil", reforça o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini. "O acervo do Estado é valor e bem cultural que, além de textos, abrange milhões de fotos." Genesini adianta que, numa segunda fase, a digitalização se estenderá à coleção do Jornal da Tarde, lançado em janeiro de 1966, do Estadinho, edição vespertina que circulou de 1915 a 1921, o Supplemento em Rotogravura (abril de 1928 a dezembro de 1941) e todo o acervo da Rádio Eldorado e do Estúdio Eldorado. A digitalização dará destaque à censura sofrida pelo Estado em vários períodos, especialmente após a edição do Ato Institucional n.º 5 (AI-5) em 13 de dezembro de 1968. Convênios com escolas e bibliotecas, anuncia Genesini, facilitarão o acesso ao acervo.

Para o diretor de Estratégia Corporativa, José Papa Neto, o lançamento do acervo digital do Estado "representa um momento histórico, porque possibilita ao País revisitar os fatos ocorridos nos últimos 137 anos". A digitalização dá sequência a uma série constante de inovações tecnológicas que sempre marcaram a trajetória do Estado. A primeira foi a contratação da agência de notícias Havas, atual France Presse, pelo jornalista Julio Mesquita, o patriarca da família proprietária da empresa. Foi ele que, depois de assumir, em 1888, o cargo de diretor-gerente da Província, publicou pela primeira vez um clichê na capa do jornal - o retrato de um caixeiro morto no incêndio da Loja da China, no centro da cidade.


Fonte: Estadão.com.br

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