Tipo de relacionamento é parecido com o  observado entre humanos. Gatos e donos, dependendo do tempo de  convivência e de outros fatores, podem sentir o que o outro estiver  sentindo
Fonte: Redação Época, 24/02/2011
O tipo de relacionamento mantido entre homens e gatos pode estar mais  próximo da relação inter-humana do que se pensava. É o que descobriram  pesquisadores da Universidade de Viena. Segundo o estudo, publicado na  revista especializada Behavioural Processes, a  ligação entre gatos e seus donos depende diretamente da personalidade,  sexo e idade de ambos, dos sentimentos pontuais e do tempo de  convivência entre os dois - características verificadas nos  relacionamentos entre seres humanos.
A pesquisa,  desenvolvida na cidade de Viena entre 2005 e 2006, observou a relação  entre 39 donos e seus gatos. Foram escolhidos todos os tipos de  “amizades”: entre donos homens e gatos machos, mulheres e gatas, gatos e  mulheres e homens e gatas. A maioria dos animais passava grande parte  de seu tempo em casa, convivia bastante com o dono, e o tipo de relação  era forte - “os gatos eram considerados amigos, membros da família ou  ainda ‘filhos’ de seus donos”, diz o resultado de um questionário  preenchido por cada participante.
Os  pesquisadores descobriram que a relação entre os gatos e seus donos é  baseada em um verdadeiro jogo de interesses; são relações complexas, em  que há contribuições emocionais de ambos os lados. Por exemplo, se um  dono faz carinho no seu gato quando este pede, depois terá “créditos”  com o bicho, quase como se um devesse a retribuição do afago ao outro. E  o gato irá recompensá-lo mais tarde.
Também  constatou-se que o humor e a personalidade dos donos afetam a forma como  o gato reage. Os animais conseguem sentir as variações de humor  dos donos, e se recolhem ou se aproximam dependendo disso. Mas só dos  donos. “Em nossos estudos, descobrimos que fatores como a abertura do  gato às pessoas não são independentes”, diz a pesquisa. Embora não  pareça, os bichos reagem de formas diferentes quando com estranhos.
Outros resultados mostraram que, curiosamente, gatos parecem se  dar melhor com mulheres. “Nos relacionamentos com uma dona, o número de  gatos que iniciam o contato físico é maior que nos relacionamentos de  gatos com homens”, independente do sexo do animal. O estudo também  aponta que donos neuróticos tendem a ter contato mais distante com seus  bichos, ou seja, têm uma relação fria em que o gato sabe que aquela  pessoa serve como provedor de alimento e não necessariamente o respeita.  A idade e a personalidade do animal também influenciam a relação.
Os pesquisadores de Viena pretendem aprofundar os estudos após  constatarem que os mesmos tipos de comportamento não são observados em  gatos que são criados mais livres - animais que vivem em casas com  jardins, por exemplo, e que passam mais tempo longe dos donos. Nesses  casos, não foi constatado que fatores temporais, como o humor momentâneo  do dono, pudessem ser levados em consideração pelo bicho. Ainda assim,  eles estão seguros de que a relação entre dono e gato envolve certos  tipos de interação que fazem um, de fato, entender o que o outro está  sentindo, como antes só tinha sido verificado entre humanos.
 

 
 
Bom texto. Mas sendo esse um resumo universitário, seria de bom tom colocar a referência completa da publicação. Se a academia não dá o exemplo, como cobrar que os repórteres que escrevem sobre ciências cumpram com esse mínimo?
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