fonte: Estadão
Fernanda Yoneya - O Estado de S.Paulo
No campo da pesquisa, instituições como Embrapa, Instituto de Zootecnia e universidades têm-se mobilizado para discutir estudos sobre novas cultivares de gramíneas para pastagens, a fim de evitar que o Brasil fique vulnerável no futuro diante da pequena diversidade dessas cultivares. "A pesquisa quer identificar quais características são importantes no material que vai ser lançado. Para cada situação, a cultivar tem de ter determinadas particularidades", diz a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste Alessandra Pereira Fávero.
Ela explica que a reduzida diversidade de cultivares de gramíneas lançadas no mercado favorece epidemias de pragas e doenças. "Há áreas extensas com materiais semelhantes plantados. Se surge uma praga importante, ela dizima a área inteira. Tendo variedades diferentes, esse risco é reduzido."
O diretor executivo da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais (Unipasto), Marcos Roveri José, concorda. "Há essa preocupação, porque mais de 50% da área cultivada de pastagens é de apenas uma cultivar, a Brachiaria brizantha cv Marandu. Fomentamos a pesquisa para o desenvolvimento de gramíneas e leguminosas forrageiras como forma de diminuir a vulnerabilidade da cadeia produtiva da carne", diz.
A tendência da pesquisa é desenvolver variedades cada vez mais específicas, segundo Alessandra. Além de solo e clima, o trabalho leva em conta qualidades nutricionais da forragem, produtividade, resistência a pragas e doenças, tolerância a solos encharcados, entre outros critérios.
"A ideia é que o trabalho de seleção tenha um alvo bem definido", diz ela, lembrando que a pesquisa de um novo material leva pelo menos 5 anos.
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