Pesquisa no Blog

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Profissionais da Fiocruz coletam animais silvestres para pesquisa de leishmaniose em Florianópolis

fonte: Diário Catarinense

Pelo menos 200 armadilhas foram espalhadas no Canto dos Araçás, onde cães foram contaminados

Desde domingo, profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre cientistas, biólogos e veterinários estão em Florianópolis para coletar animais silvestres e descobrir a fonte de infecção dos mosquitos que passaram a leishmaniose para quatro cães entre julho e início de setembro no Canto dos Araçás, na Lagoa da Conceição, no Leste da Ilha de Santa Catarina.

A equipe, que também conta com o apoio da Secretaria de Saúde do Estado e de Florianópolis, montou dois laboratórios na região onde houve a contaminação. Os animais silvestres são capturados, identificados e as amostras de sangue e tecidos são coletados para verificar se há a infecção.

De acordo com o zoólogo Paulo D'Andrea do Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, até o fim da tarde desta segunda-feira foram capturados nove bichos — número considerado alto pelos especialistas. Ele conta ainda que foram identificadas duas espécies de roedores e uma ou duas de cuíca.

— O nosso trabalho é descobrir a fonte de contaminação dos mosquitos, quantos e quais animais — explica o biólogo especialista em zoonoses.

Pelo menos 200 armadilhas foram montadas na floresta. Elas serão recolhidas na sexta-feira. As amostras de sangue serão encaminhadas para o RJ, onde passarão novamente por análise.

Os animais empalhados (taxidermizados) serão encaminhados para algum museu do país. Segundo Paulo, o prazo médio da conclusão do relatório após a coleta de material no campo é de um mês.

Contaminação

De julho até o início de setembro, quatro cães do Canto dos Araçás, precisaram ser exterminados por causa da doença.

A secretaria de Saúde da Capital divulgou o resultado das 206 amostras de sangue de cães encaminhados ao laboratório. Do total analisado, cinco foram confirmados, totalizando nove casos.

De acordo com informações da assessoria de imprensa, foi descartada a contaminação em outros locais da Grande Florianópolis. Todos os registros positivos eram de animais do Cantos dos Araçás.

Para identificar um cachorro com leishmaniose, devem ser observados sintomas como emagrecimento, feridas na pele e anemia. Porém, como há outras doenças que não são graves e possuem os mesmos sinais, o indicado é levar o animal a um veterinário se houver qualquer suspeita.

DIÁRIO CATARINENSE

Saiba mais
O que é:
A leishmaniose é um doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania
Tipos:
• A leishmaniose tegumentar pode ser cutânea ou mucosa. A primeira tem como característica feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. A mucosa atinge as mucosas do nariz, da boca e da garganta.

• A leishmaniose visceral é considerada uma doença sistêmica: acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Ataca essencialmente crianças de até dez anos. Após esta idade se torna menos frequente. Pode durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.
Transmissão:
• É transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos.

• Os mosquitos apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso.

• As fontes de infecção são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.
Sintomas:
• Visceral: febre irregular, prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

• Tegumentar: duas a três semanas após a picada aparece uma pequena elevação na pele avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.
Prevenção:
• Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata;

• Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde;

• Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata;

• Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença;

• Usar mosquiteiros para dormir;

• Usar telas protetoras em janelas e portas;

• Eliminar cães com diagnóstico positivo para leishmaniose visceral, para evitar o aparecimento de casos humanos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte.
Fonte: Ministério da Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário