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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Leishmaniose visceral está se alastrando pelo país

fonte: Canal Rural

Doença é passada do cão para o homem por meio da picada de um mosquito

Viviane Cardoso | Brasília (DF)

Autoridades em saúde chamam a atenção para uma doença que vem se alastrando pelo país: a leishmaniose visceral. Ela é passada do cão para o homem por meio da picada de um mosquito.


O pequeno inseto conhecido como mosquito-palha, birigui, asa delta ou cangalhinha é o transmissor da doença. Enquanto na mata ele aparece em raposas e gambás, nas cidades as principais vítimas são cães e humanos.

– Picando o animal, ele adquire aqueles parasitas, que, trabalhando no seu sistema digestivo, são reintroduzidos no ser humano através de uma nova picada que ele dá no ser humano – diz o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda.

Os animais infectados emagrecem; apresentam crescimento exagerado das unhas, feridas na pele, perdas de pelo do corpo e ao redor dos olhos. Como não há tratamento, são sacrificados.

A vacina, embora já seja comercializada, ainda está em fase de testes. Segundo os veterinários, não há garantias da eficácia da substância.

Ao suspeitar que o cão está com a doença, o dono deve procurar um veterinário e pedir o exame de sangue do animal. Esse teste também é recomendado para aqueles cachorros que não apresentam sintomas.

– Mesmo sendo portador desse protozoário, ele pode ser um animal assintomático, ou seja, ele tem o protozoário, mas ainda não manifestou os sintomas. Quando ele manifestar esses sintomas, ele já pode ter servido de fonte de infecção para uma série de mosquitos que vão contaminar outros cães e, por ventura, pessoas também – explica o diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do DF, Rodrigo Menna.

Preocupado com o crescimento da doença no Centro-Sul do país, o Conselho Federal de Medicina Veterinária faz um alerta.

– Isso, evidentemente, tem ampliado porque faltam políticas públicas por parte do governo federal, dos governos estaduais e dos governos municipais. Isso tem provocado um aumento do diagnóstico da doença e aumento, inclusive, dos casos em seres humanos – avalia Arruda.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, foram identificados mais de 3,6 mil casos da leishmaniose visceral em humanos no Brasil; 216 pessoas morreram - a maioria no Nordeste, onde a doença é endêmica.

Em 2009, ela voltou a aparecer na região Sul. No homem, o parasita ataca fígado, baço e medula óssea. O doente tem febre, perda de apetite e, na fase mais aguda, fica com a barriga inchada. Neste caso há tratamento, mas se não for feito a tempo, a doença pode levar à morte. Estudioso do assunto, o médico Gustavo Romero diz que o melhor remédio é a prevenção.

– Cuidar das suas casas significa não ter lixo, matéria orgânica em locais que possam criar mosquitos, além de pedir que os animais sejam avaliados por um veterinário e evitar picadas. Se tem sintomas de febre persistente, deve consultar o serviço de saúde e procurar tratamento – ensina o infectologista.

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