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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Criação de comitê amplia expectativas de comércio entre Brasil e Rússia

fonte: Canal Rural

Missão oficial brasileira em Moscou cria Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Rússia

O comércio bilateral entre Brasil e Rússia será ampliado e vai ganhar mais peso daqui para frente. A avaliação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. Ele chefia a missão oficial brasileira que está em Moscou para negociações com autoridades russas e a instalação do Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Rússia. Nesta segunda, dia 11 de outubro, ele e a ministra da Agricultura, Elena Skrínnik, assinaram o memorando de entendimento para a instalação do órgão bilateral.


– As reuniões são produtivas e uma oportunidade para elevar o diálogo e intensificar as negociações – comentou o ministro.

Rossi considera que a criação do comitê é um marco nas relações entre os dois países.

– As próprias autoridades russas deixaram isso claro ao realçarem o peso da parceria com o Brasil.

Nas reuniões de cúpula, o ministro expôs a situação da produção rural brasileira, que este ano bateu recorde de safra, superior a 149 milhões de toneladas de grãos. Ele mostrou ainda como a pecuária nacional está buscando ganhar competitividade, assumindo compromissos com a redução dos gases de efeito estufa. Rossi destacou as políticas de desenvolvimento sustentável empreendidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para elevar a produtividade e garantir a preservação do meio ambiente.

Ainda nesta segunda, o representante brasileiro esteve reunido com a ministra do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Elvira Nabiulina. Um dos principais itens da pauta de negociações com o governo do presidente Dmitri Medvedev é a ampliação do acesso das carnes brasileiras ao mercado russo. Ao mesmo tempo, os russos querem ampliar a pauta de exportações para o Brasil.

Segundo Rossi, as autoridades russas sinalizaram que ainda em outubro devem ser definidas novas regras para países fornecedores de produtos agropecuários, o que poderá beneficiar diretamente o Brasil. Ele aproveitou os dois encontros para convidar as ministras a visitarem o país no próximo ano.

Carnes

As carnes são um dos principais itens da pauta de exportações, que inclui outros produtos nacionais vendidos à Rússia, como açúcar, fumo e café. Atualmente, o Brasil comercializa carnes bovina, suína e de aves com regras definidas em uma política de cotas, que contempla outros parceiros comerciais russos, como Estados Unidos e União Europeia.

– Não queremos privilégios, mas temos condições de fornecer as melhores carnes para o mercado russo em condições mais vantajosas, inclusive para o consumidor do próprio país – disse Wagner Rossi.

Uma das medidas em estudo pelos russos é a criação de um regime de tarifas, o que pode vir a ser considerado positivo.

A Rússia tem sido o principal destino das exportações brasileiras de carnes suína e bovina. Apenas de carne bovina in natura, o Brasil embarca anualmente o equivalente a US$ 1 bilhão, o que representa 25% da pauta de exportações brasileiras para aquele país. Mas, diferentemente de Estados Unidos e União Europeia, o Brasil não tem cota específica, acessando a denominada cota "outros países", por uma opção estratégica.

Fertilizantes

Se por um lado o Brasil quer vender mais carnes, em contrapartida, o governo Medvedev tem interesse em ampliar a participação russa no mercado brasileiro de defensivos agrícolas e fertilizantes. O país asiático é hoje um dos maiores fornecedores de fertilizantes para o Brasil e há interesse dos dois governos em estimular o comércio direto entre empresas russas e compradores brasileiros. Os russos também vêm buscando ampliar a venda de outros produtos, como o trigo, para o mercado nacional.

– As negociações em alto nível serão intensificadas agora, por conta do comitê consultivo, e os primeiros resultados devem sair ainda este ano – diz Rossi.

Ele adiantou que, por sugestão da ministra Elena Skrínnik, uma nova rodada de conversas deve ser realizada durante a Semana Verde, em Berlim (Alemanha), em janeiro de 2011.

– É uma feira importante e já adiantamos que temos todo o interesse na agenda – afirma.

Além do ministro Wagner Rossi, integram a comitiva oficial brasileira os secretários Célio Porto (Relações Internacionais do Ministério da Agricultura), Francisco Jardim (Defesa Agropecuária) e Welber Barral (Comércio Exterior), além de funcionários dos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e das Relações Exteriores, bem como técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Pelo lado russo, as negociações incluíram o chefe do Serviço Veterinário e Fitossanitário, Sergei Dankvert.

Nesta terça, dia 12 de outubro, Rossi se reúne com importadores russos e empresas brasileiras envolvidas no agronegócio no país asiático. Representantes da iniciativa privada querem ampliar mercados e promover investimentos tanto no Brasil quanto na Rússia.

– É natural que o peso dos mercados dos nossos países desperte interesse do setor privado. Afinal, estamos falando de mercados significativos e potencialmente promissores que estão emergindo no cenário internacional como grandes jogadores – avalia o ministro da Agricultura.


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

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